Panorama Geral:
Popularmente é dito que este período compreendeu
aproximadamente 400 anos da história de Israel, este é o número mais aceito para
o arredondamento de tempo do período intertestamentário, no entanto, ao buscar
mais informação, encontramos que existem autores (p.ex,HENRY, Matthew em Matthew
Henry’s Commentary on the Whole Bible. Guardian Press, Grand Rapids, 1976.) que
afirmam que o mais correto seria datar de 397 a.C. a 6 a.C. o que daria na
verdade 391 anos.
Esta pequena variação, no entanto, não altera o
fato de que aproximadamente podemos afirmar que foram 400 anos. Neste período
Deus não chamou nenhum profeta para dizer “assim diz o Senhor“. Em todo este tempo
nenhum escritor inspirado apareceu. Por isso este tempo é chamado “Os Anos Silenciosos” ou
“O Período Negro“.
Este período, no entanto, provocou muitas
mudanças no mundo em geral e entre os Judeus em particular. Ao entendermos, um
pouco, do que aconteceu neste período intertestamentário, compreenderemos melhor
sobre o povo que existia no Novo Testamento e o porquê de muitas palavras de
Jesus no Novo Testamento.
É interessante notar que a atmosfera política,
religiosa e social da Palestina mudou significantemente durante esse período e
como última curiosidade desta introdução é interessante citar que muito do que
aconteceu no período entre o Antigo e o Novo Testamento foi predito pelo profeta
Daniel (capítulos 2,7,8 e 11), por exemplo.
O Período Grego:
Alexandre III da Macedônia, dito o Grande ou Magno
(cujo nome correto em grego é Αλέξανδρος o Τρίτος o Μακεδών = Aléxandros ho
Trítos ho Makedón) foi o sucessor do rei Filipe II da Macedônia que era seu pai
(Olímpia do Épiro era sua mãe), nasceu em 20 de julho de 356 a.C. em Pela e
assumiu o trono da Macedônia em 336 a.C. com 20 anos de idade, no lugar de seu
pai que havia sido assassinado.
Como destaque especial, Alexandre, o
Grande, montou o maior império da história antiga criando de forma harmoniosa
uma união do Oriente e do Ocidente, sob a cultura helenista.
Devido a sua educação, dada por Aristóteles,
Alexandre era extremamente ávido por conhecimento, adorava filosofia e era um
leitor insaciável, além do fato de ser uma pessoa muito inteligente,
ele dominava muito conhecimento sobre filosofia, história grega, arte da guerra,
medicina, retórica, política, ciências físicas e naturais além de geografia. A
verdade é que Alexandre, o Grande, era obcecado por conhecimento, muito
provavelmente pelo seu perfil megalomaníaco. Devido a isto o grande ideal de
Alexandre, o Grande era levar a influência da Grécia a todos os países
conhecidos.
Não há de se pensar em uma conversão. Alexandre, o
Grande sempre foi fiel as divindades Gregas e como exemplo máximo disto, podemos
citar que quando conquistou Sardes, de posse de seu tesouro, Alexandre construiu
um templo a Zeus, no antigo palácio real do rei Creso. É certo que ele tentou,
de diversas maneiras, influenciar o povo Judeu para que estes seguissem sua
visão religiosa, porém nunca impôs isto, muito provavelmente por ter se
impressionado com a filosofia e religiosidade judaica.
Atribui-se a ele a fundação de setenta cidades,
todas moldadas conforme o estilo grego. Também é certo que para conseguir seus
ideais de forma mais rápida, tanto ele quanto seus soldados costumavam
casarem-se com mulheres de outros países para misturar a cultura helenista
(cultura grega) com a destes países.
Como ficaram os judeus durante este período?
Mesmo sendo de outra visão religiosa, é fato que
Alexandre, o Grande, tratou singularmente bem aos Judeus tanto os que moravam na
Judéia quanto os que moravam na Babilônia e Média. Ele lhes permitiu observarem
suas leis, isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu
Alexandria no Egito (331 AC), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e
deu-lhes privilégios comparáveis aos seus súditos gregos, incluindo ai a
possibilidade de eles participarem de seu exército e de praticarem a sua própria
religião.
Os judeus que, até então, costumavam ser fieis ao
domínio dos persas, agora se tornariam fiéis ao domínio grego e, por
conseguinte, as mesmas regalias que já possuíam dos persas foram mantidas pelos
gregos. Desta forma pouca coisa alterou na vida dos judeus, continuaram a ser
uma província sem rei, sob o domínio de um povo estranho e sem autonomia
política.
Devido à falta de autonomia da província, o povo
judeu não poderia ter reis, mas também devido à boa relação com o governo de
Alexandre, o Grande, e a regalia de poderem continuar a praticar a sua própria
religião, os judeus continuaram a ter um cargo político-religioso de grande
importância para suas vidas, este cargo era o de Sumo-Sacerdote. Este era o
responsável máximo pelos serviços e sacrifícios no Templo de Jerusalém, o mais
alto posto religioso do povo de Israel e também a mais alta autoridade política
do país.
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