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A nossa fé não é baseada em ensinamentos, ou doutrinas,
ou formas, ou sistemas ou rituais ou cerimônias. A nossa fé é e tem por
base uma Pessoa, o Cristo vivo. Toda a nossa vida cristã não é senão o
conhecimento vivo de Cristo Jesus. Portanto, é essencial que cada um de
nós O conheça realmente, não apenas conhecê-lO em nossa mente, mas sim
experimentalmente. Essa era a paixão que havia no apóstolo
Paulo. Vamos ler Filipenses 3:9-10 e ser achado nele, não tendo justiça
própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a
justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder
da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me
com ele na sua morte. Que essa paixão não seja apenas do apóstolo Paulo,
mas que seja a nossa paixão também: conhecê-lO. Na verdade conhecer a
Cristo é tudo. O cerne do cristianismo não é encontrado nos ensinamentos
ou em outras coisas, mas é todo centrado sobre uma Pessoa, o nosso
Senhor Jesus. Estamos vivendo em direção ao final desta era, e ela está
chegando muito rápido a seu fim e, no nosso tempo, há muitos tipos de
ensinamentos estranhos que levam as pessoas de um lado para o outro.
E o plano do inimigo é tirar nossa atenção de Cristo, ocupando-nos
com muitas outras coisas. Marta irmã de Maria era um exemplo clássico
disto, mas Jesus a repreendeu: Respondeu-lhe
o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas
coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria,
pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. Lucas 10:41-42.
A nossa vida neste mundo começa quando nascemos, ou para ser mais
exato, com a nossa concepção. Quando somos concebidos no ventre de nossa
mãe, a vida se inicia. Antes disso, éramos inexistentes; mas isso não é
verdade com respeito ao nosso Senhor Jesus. O Seu nascimento, de certa
forma, é o começo da Sua vida na Terra, mas, o nascimento do Senhor é
totalmente diferente do nosso. O Seu nascimento é na realidade, uma
encarnação. Veja o que o Anjo disse a Maria: Descerá
sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a
sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado
Filho de Deus. Lucas 1:35.
O que é a encarnação do Senhor? A encarnação de Cristo é a
manifestação de Deus numa forma humana, na forma de Jesus Cristo. Em
outras palavras, antes de nascer, Jesus já existia como diz a Bíblia: “No princípio era o Verbo”. Este Verbo estava com Deus, co-existindo com Deus no princípio e, ainda, esta Palavra era Deus. Ele era um com Deus. Mas, um dia, esta Palavra se tornou carne, ou seja, se tornou um Homem, isto é encarnação.
Esta Palavra tomou sobre Si a forma humana, e o Seu nome é Jesus. Jesus
nasceu de uma mulher, Ele nasceu sob a lei a fim de que pudesse nos
libertar e nos redimir da maldição da lei para que pudéssemos receber a
filiação. Isto é encarnação, o nascimento de nosso Senhor Jesus. Vindo,
porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que
recebêssemos a adoção de filhos. Gálatas 4:4-5.
Irmãos saibam que o conceito da encarnação foi concebido na mente
de Deus mesmo antes da fundação do mundo. Podemos dizer que, no
princípio, era o Deus triuno. Não havia qualquer outra coisa, não havia o
Universo, nada além de Deus. Ele é Aquele que existe por Si mesmo, e
sempre existiu, Ele é o princípio. Ainda não havia o tempo, mas é como
se um dia, no passado remoto, houvesse um conselho entre a Deidade. Deus
o Pai amava tato a Deus o Filho que Ele quis expressar o Seu amor por
Ele. O amor sempre procura um meio de fazer alguma coisa, dar algo ao
objeto do seu amor. Deus é amor, e Deus o Pai amou tanto a Seu Filho que
Ele quis Lhe dar todas as coisas. Ele quis criar os céus e a terra. Ele
quis criar todas as coisas e dá-las ao Seu Filho como Seu presente,
como um ato expresso do Seu amor por Seu filho. Entre todos os presentes
que Deus deu ao Seu Filho, não houve um mais excelente do que o homem.
Deus fez o homem perfeito e sem pecado, mas o homem pecou e por isso
Deus desceu. Pois ele, subsistindo em
forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si
mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana. Filipenses 2:6-7.
Deus quis dar o homem a Seu Filho como Sua companhia, como Seu
ajudador a fim de junto com Ele compartilhar em glória como também em
responsabilidade. Deus tinha isso em mente de acordo com o Seu
aprazimento. Ele ama o Seu Filho, e agradou a Ele quando começou a
pensar em realizar estas coisas, em fazer assim! Então, tudo deve
gravitar em torno do Filho. De fazer convergir n`Ele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra. Efésios 1:10.
Mas o segredo dessa maravilhosa encarnação de Cristo se deu quando
este Deus Onisciente, sendo Aquele que conhece o fim desde o princípio,
Ele sabia de antemão que, após criar o Universo, depois de ter criado o
homem, o homem iria cair em tentação, iria se rebelar contra Ele, e
assim seria enganado trazendo “frustração” ao Seu presente, ao Seu amado
Filho. O que Deus então deveria fazer? Não deveria fazer nada? Naquele
momento é como se o Filho desse um passo à frente e dissesse: “Pai, se
isso é o que Tu queres, Eu quero o que Tu queres”. O Filho não queria
outra coisa senão fazer a vontade do Pai. Então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Hebreus 10:9a.
Sendo assim, é como se o Filho dissesse: “Estou desejoso de um dia
ir até a este mundo que Tu criaste, e de ir até este mundo caído e Me
entregar para redimir o homem e todo o Universo para que Eu possa
devolver tudo a Ti, a fim de expressar o Meu amor por Ti.” Foi decidido,
então, na eternidade passada, que isso deveria ser feito. Então, agora
podemos entender a Encarnação de Senhor Jesus Cristo, o porquê o Verbo
se fez carne. Evidentemente, grande é o
mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi
justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os
gentios, crido no mundo, recebido na glória. Que nos salvou e nos chamou
com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua
própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos
tempos eternos. 1 Timóteo 3:16 e 2 Timóteo 1:9.
Um Homem veio a este mundo, um Homem segundo o próprio coração de
Deus. Ele é o Homem que estava na mente de Deus desde o princípio. É o
Homem que Deus deseja, o Homem a quem Deus iria dar o domínio de todas
as coisas. Mas Ele não veio para ficar só. Não veio a este mundo apenas
para nos demonstrar que tipo de Homem Deus deseja, mas com o objetivo de
trazer muitos filhos à glória. Por meio dEle, foi possível recriar uma
nova raça. Este Homem para fazer isto morreu numa cruz e nos levou a
morrer n`Ele quando nos atraiu a Si. Fomos crucificados e mortos e
juntamente com Ele nos ressuscitou e nos deu uma verdadeira identidade
de filiação divina.
Hoje pela graça de Deus e porque houve a encarnação de Cristo somos
filhos do Deus Altíssimo. Cristo não veio a este mundo somente para
procurar e salvar o perdido, mas veio a este mundo para nos recriar e
nos conformar à Sua própria imagem para que Ele nos receba como
semelhantes a Ele, Sua contraparte, e para que a vontade de Deus
concernente ao homem possa ser plenamente realizada. Este é o segredo da
encarnação. Amém.
Publicado em: 30/6/2012
Por: Claudio Morandi
Por: Claudio Morandi
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